Passada uma semana depois de o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) ter formalmente apelado ao retomar das negociações unilateralmente interrompidas pelo Ministério da Saúde, estranha-se o silêncio de um Governo que está em plenas funções e com capacidade negocial e decisória.
O relógio continua a andar e o tempo a escassear cada vez mais, com a capacidade de resposta do SNS a ficar cada vez mais deficiente e a possibilidade de ocorrências trágicas a crescer. Operações cosméticas de reorganização são pensos rápidos. Anos e anos de uma postura displicente (quando não arrogante) dos responsáveis face às elementares reivindicações dos trabalhadores médicos, de falta de atualização salarial condizente com a penosidade, risco e responsabilidade da sua atividade, a tal levaram.
O Sindicato Independente dos Médicos não vai abdicar da satisfação das justas medidas que se impõem: redução do período semanal de trabalho normal para 35 horas, das quais até 12 horas destinadas a trabalho em urgência, e atualização salarial que colmate a perda do poder de compra constatada em todos estes anos. Uma atualização transversal para todos os médicos de todos os regimes de trabalho: 35 horas, 40 horas, 42 horas em Dedicação Exclusiva e não esquecendo os Médicos Internos. Sem agravamento de condições laborais ou perda de direitos adquiridos. Não dependente do trabalho extraordinário nem de suplementos, acréscimos remuneratórios esses que devem ser isso mesmo: suplementar.
Desde o início das negociações que o SIM se mostrou disposto a chegar a um acordo e inclusive aceitando um faseamento no tempo da aplicação das medidas indicadas, permitindo uma adaptação da gestão e desempenho do SNS. Essa postura mantém-se.