O SIM sabe que o Sr. Presidente da República é um observador atento de toda a problemática da Saúde em Portugal e do seu SNS, tendo repetidas vezes alertado que deve ser uma das maiores preocupações do Governo da República.
Não pretende o SIM que o Sr. Presidente sirva de mediador, apenas de garante da dignidade merecida aos profissionais de saúde.
Isso mesmo é asseverado na Carta Aberta do Sindicato Independente dos Médicos - SIM, entregue esta tarde na Presidência da República e que poderá consultar em anexo, dela se destacando:
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) iniciou, no passado dia 24 de julho, um conjunto de greves, nacionais e regionais. Porque sabemos das implicações que tem sobre os portugueses, tentámos, até à última hora, evitá-lo.
Depois de vários anos sem diálogo, o Governo, com mais de 7 anos de exercício de poder, assinou um protocolo negocial há mais de 1 ano, em que se comprometeu a criar condições para a fixação de médicos no SNS.
Foi preciso a greve nacional, dos dias 25, 26 e 27 de julho, para que o Governo apresentasse uma proposta negocial escrita, ainda que manifestamente inaceitável. Proposta, esta, recebida às 2h59 do dia 27 de julho – véspera de uma reunião negocial.
Lembramos o apelo que o Dr. António Arnaut fez, no ano do seu falecimento, ao Senhor Primeiro-Ministro. E lembramos, ainda, que reconheceu a necessidade de se elevarem as condições remuneratórias dos médicos.
Durante a greve nacional, o Senhor Ministro da Saúde afirmou, perante a comunicação social, serem necessárias duas pessoas para "se dançar o tango” (sic). Concordamos em absoluto e tudo fizemos para sermos convidados para tal "dança”.
E dirigimo-nos ao Chefe de Estado, garante máximo do regular funcionamento das instituições democráticas, exercendo a sua magistratura de influência num derradeiro apelo à consecução dos referidos objectivos, a bem do SNS e da saúde dos portugueses.
Esperamos que Vossa Excelência possa influenciar, no interesse de todos os portugueses, o desfecho célere do processo em curso.