Política de Cookies

Este site utiliza Cookies. Ao navegar, está a consentir o seu uso.Saiba mais

Compreendi
aa

Sindicato Independente dos Médicos

Balanço Greve Nacional do SIM

27 julho 2023
Balanço Greve Nacional do SIM
Balanço da Greve Nacional do SIM

Estando na sua recta final a Greve Nacional convocada pelo SIM para os dias 25, 26 e 27 de julho (não esquecendo que está em curso uma outra greve nacional ao trabalho extraordinário nos Cuidados de Saúde Primários e uma outra à Produção Adicional) há que desde já realçar:

Em primeiro lugar, a elevada adesão registada nos três dias de greve, que estimamos numa percentagem média superior a 90%, interessando por igual os cuidados hospitalares e os cuidados de saúde primários, com largas dezenas de milhar de consultas e centenas de cirurgias não efetuadas. Aos médicos que, sindicalizados ou não, de modo coerente com a sua revolta o demonstraram no terreno, o nosso reconhecimento.

Em segundo lugar, destaque para o elevado sentido deontológico e comportamento irrepreensível demonstrado no cumprimento dos serviços mínimos.

Em terceiro lugar, o nosso reconhecimento às palavras e atitudes de compreensão recebidas dos nossos doentes e ao apoio de personalidades políticas e partidárias de todos os quadrantes.

Em quarto lugar, realçar que apenas esta greve convocada pelo SIM permitiu que o Governo, ainda que de modo incompleto e tarde e a más horas (no caso presente às 02:59 horas desta madrugada) apresentasse dois anteprojetos de decreto-lei: o da revisão do edifício legislativo das USF e o da Dedicação Plena. De fora ficaram os restantes pontos acordados no protocolo negocial firmado com o Ministério da Saúde há 14 meses, e nomeadamente o da revisão da grelha salarial, o das normas de organização e disciplina do trabalho médico e o das equipas de urgência. Pontos estes que foram alvo de propostas formais, atempadas e estruturadas presentes pelo SIM.

Pressionados pela crescente percentagem de utentes sem médico de família e encerramento em catadupa de serviços de urgência pela falta de recursos médicos de várias especialidades, com uma novel e exaltada DE do SNS de cuja ação se vê muito poucos resultados práticos, recupera em desespero a miragem da vinda de médicos de um país que faz como grande fonte de receita a exportação de profissionais formados em instituições de ensino de medicina.

Sob a roupagem da auscultação, diálogo e negociação, o Governo manifesta com as suas propostas um notório desrespeito pelos médicos.

Propor um aumento de 1,6% com uma inflação de 7,8% em 2022 a que se soma a perda de poder de compra de 20% nos 10 anos anteriores, com uma grelha salarial que data em parte de 1999 e congelada em 2005, paradoxalmente revista em 2012 nos tempos da troika, respaldados com um aumento de 11 mil milhões de euros em receitas fiscais em 2022, o que é senão isso?

Rever uma grelha salarial é remunerar melhor sem aumentar a carga de trabalho nem tentar abolir mais valias laborais que os trabalhadores médicos obtiveram pela negociação coletiva e acordos coletivos de trabalho livremente assinados, curiosamente com um Governo do Partido Socialista. Falamos por exemplo de descansos compensatórios e de limites ao trabalho suplementar essenciais a segurança de médicos e doentes.

Por isto tudo o SIM, não fechando a porta ao processo negocial, como é seu timbre, mantém as outras greves em curso e desencadeou uma sucessão de greves regionais e específicas nos meses de agosto e setembro, cujo primeiro momento decorrerá na ARS Centro nos dias 9 e 10 de agosto.

Lisboa, 27 de julho 2023
Horas ExtraCalculadora

Torne-se sócio

Vantagens em ser sócio