O Ministro da Saúde cedeu a uma das reivindicações do SIM, na generalização das USF modelo B a todas as Unidades de Saúde Familiar, acabando com as quotas desde que atinjam indicadores de produtividade e acesso.
Sendo um importante passo no sentido certo, infelizmente o mesmo não sucedeu relativamente à apresentação de propostas concretas relativamente à dedicação plena e à grelha salarial.
Isto assume particular relevância uma vez que são temas que abrangem não uma parte mas a totalidade dos médicos no SNS.
É imprescindível a conclusão da negociação destes temas até dia 30 de junho. Sem propostas e sem acordo o descalabro do SNS continuará.
O SIM defende propostas estruturais que se foquem na melhoria do acesso, da qualidade e do investimento na Saúde. As remunerações dos médicos e a melhoria das suas condições de trabalho fazem parte do pacote de investimento necessário para estabilizar o SNS.
Relativamente ao acesso conseguimos já chegar a acordo relativamente ao trabalho em urgência, e a generalização do modelo USF B ajuda, no entanto são necessárias novas medidas para reduzir as listas de espera para consultas e cirurgias hospitalares.
No eixo da qualidade e segurança dos cuidados prestados, o SIM manifesta-se contra a eufemisticamente apelidada "reestruturação” que mais não passa do que um encerramento de urgências e redução de equipas. A estratégia é conhecida, diminui-se para depois se encerrar.
Ainda neste âmbito da qualidade e sendo os serviços de saúde pública responsáveis pela protecção da saúde da população portuguesa perante ameaças e emergências em saúde pública como o foi a pandemia de COVID-19 e será a resposta às Jornadas Mundiais da Juventude, não se compreende que o Ministério da Saúde proceda à destruição da DGS e que a Senhora Secretária de Estado Adjunta e da Saúde compare a reforma da Saúde Pública a uma mera troca de cortinas e tapetes.
O SIM tem como lema: "palavra dada, palavra honrada”.
A nossa postura tem sido a de evitar medidas que possam agravar ainda mais o estado do SNS.
Se medidas de protesto forem necessárias, a partir de julho, a responsabilidade é exclusivamente do Governo ao não querer acordar e aproveitar a atitude responsável do SIM. Nesse caso, terá de arcar com todas as consequências de não governar e de não querer garantir o direito à saúde de todos os portugueses.