Público, 27 dezembro 2022, Alexandra CamposEm 2022 as saídas [de médicos] por aposentação dos centros de saúde e dos hospitais públicos bateram o recorde da última década, suplantando mesmo o pico registado em 2014 na ressaca da passagem da troika por Portugal.
Este ano o recorde foi ultrapassado. A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) adiantou ao PÚBLICO que, até Novembro, se reformaram 726 médicos especialistas, o que, somado aos que estão incluídos na lista da Caixa Geral de Aposentações a partir de Dezembro (56), ascende a quase oito centenas.
O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Xavier Barreto, teme que a "falta de atractividade” do trabalho no sector público ainda se agrave em 2023, caso as negociações sobre grelhas salariais e carreiras que estão em curso com os sindicatos não avancem rapidamente. O que está previsto para o próximo ano, no caso dos profissionais mais qualificados como é o caso dos médicos, é "um aumento salarial da ordem dos 2%”. Com uma inflação a rondar os 10%, "há uma perda real de rendimento”, acentua. "Os profissionais estão cada vez mais exaustos e é muito difícil continuarem a trabalhar por amor à camisola”.
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