A Comissão Nacional de Medicina do Trabalho do Sindicato Independente dos Médicos - SIM reunida, em Coimbra, a 22 de julho, refletiu sobre os desafios atuais da Especialidade.
Sendo uma atividade que procura acautelar a saúde e direitos dos trabalhadores, com reflexo na sua capacidade produtiva e, portanto, na qualidade de serviço da organização para a qual trabalham, seria um setor de primeira linha na conjuntura atual.
Ora, o que se verifica é uma persistente atitude de desvalorização e alheamento da atividade, com enorme destaque, pela negativa, do setor público e de modo escandaloso, das próprias estruturas do SNS.
Tanto pelo lado da violação dos direitos dos trabalhadores, como pelos custos associados a doenças e lesões evitáveis, esta situação reflete uma falta de responsabilidade social grave, bem como um alheamento do que a arte e a ciência da Medicina do Trabalho nos facilitam.
Na nossa opinião deverá haver:
- Um maior investimento na formação de médicos especialistas do trabalho;
- Revisão e valorização das grelhas salariais de todos médicos, incluindo os médicos do trabalho;
- Regularizar a obrigatoriedade dos serviços internos em empresas que o obriguem;
- Clarificar serviços internos e externos perante a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).
A Comissão lança um alerta sério sobre a falta de cumprimento da lei, nesta grave matéria, sobretudo nos serviços públicos.
Chama-se a atenção para os custos em anos de vida, falta de produtividade e carga social que tal acarreta, sendo uma mais valia no contexto atual pós pandemia, e quando a população laboral está cada vez mais envelhecida, não tendo condições físicas aquando iniciaram a sua atividade laboral.
É pretensão desta comissão colaborar com o colégio da especialidade da Ordem dos Médicos para promover e dignificar a especialidade.
Coimbra, 22 de julho de 2022
O Presidente da CNMT do SIM