Decorridos mais de dois anos da emergência do SARS-CoV-2, Portugal encontra-se no limiar da sexta onda pandémica. Se é certo que a evolução do vírus é imprevisível, também é verdade constatar-se que o alívio das medidas foi precoce, ou não tivesse sido baseado na "evidência” político-governativa...
Desconhece-se a estratégia de combate à pandemia, à parte da profusão de diplomas legais e de resoluções de Conselho de Ministros que deixam ao "democrático” arbítrio do cidadão a tomada de medidas de proteção individual.
Impõe-se, perante o pandemónio instalado nos serviços de saúde e, muito em particular, nas martirizadas urgências hospitalares, uma resposta organizada e baseada, desta vez, na evidência científico-epidemiológica.
Sendo os profissionais de saúde a linha da frente no combate à pandemia, o SIM exige que o Governo acautele a sua vacinação – a par dos grupos da população mais vulneráveis, como é o caso dos idosos ou dos doentes crónicos. Trata-se, aliás, de uma obrigação legal do Ministério da Saúde e das restantes entidades empregadoras da Saúde, privadas e do setor social.
E, também, a retoma da disponibilização graciosa da testagem em ambiente comunitário, através da disponibilização de um número razoável de testes rápidos de antigénio, a realizar graciosamente por qualquer cidadão em farmácias ou em laboratórios de análises clínicas.
Mas, sobretudo, impõe-se um rumo claramente definido, por parte do Ministério da Saúde / Direção-Geral da Saúde, no combate à pandemia.
É que navegar à vista é possível, mas é demasiado perigoso em mares agitados...