O Sindicato Independente dos Médicos apela ao fim da propaganda, apela à proteção dos médicos e restantes profissionais de saúde e apela à transparência e à seriedade.
Vacinar é fundamental para combater a pandemia e defender a saúde dos profissionais de saúde e da população em geral.
O Governo, mais preocupado com a propaganda com a vacinação, num espetáculo deprimente de dezenas de governantes e assessores a "inaugurarem” a vacinação em dezenas de hospitais e lares, omite que:
- Só cerca de um terço dos profissionais de saúde fizeram primeira dose da vacina nos grandes hospitais e centros de saúde;
- Menos de um quinto dos profissionais de saúde fizeram a primeira dose nas Forças Armadas;
- Na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Cruz Vermelha, misericórdias de todo o país e SAMS não há data prevista;
- Nos hospitais e consultórios privados não há data prevista.
Ao mesmo tempo esquece-se milhares de prestadores de serviço, trabalhadores de limpeza, seguranças, médicos e enfermeiros que não sendo formalmente do SNS estão altamente expostos.
É inadmissível que, numa altura em que em vários dias se ultrapassam os 10.000 casos diários, os profissionais de saúde continuem a ser colocados em risco desnecessário já que trabalham na linha da frente por todo o país.
O Sindicato Independente dos Médicos, consciente da escassez das vacinas, apela publicamente para que os profissionais de saúde não sejam discriminados.
Essa escassez deveria obrigar o Governo a evitar a propaganda e concentrar-se na organização desta operação logística monumental de vacinar a população portuguesa.
A bem do rigor e da transparência, apelamos ao Ministério da Saúde a publicação do número de vacinas por locais e previsão ainda que aproximada de quando se irá completar a vacinação prioritária dos profissionais de saúde por hospitais e centros de saúde.
Defender os profissionais de saúde e cumprir as normas emanadas pelo Governo é um imperativo ético porque estamos a defender os doentes e a permitir que as equipes fiquem menos depauperadas, ao invés da preocupação em fazer propaganda também à custa das vacinas.