Assistimos na Região Centro ao completo desnorte na gestão da sua principal instituição de saúde - O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
Resultante da fusão em 2011, entre os HUC (Hospitais da Universidade de Coimbra) e o CHC (Centro Hospitalar de Coimbra), não se vislumbra desde a criação do CHUC, um qualquer projecto estratégico que ajude a projectar a instituição, mas também a garantir uma melhor prestação de cuidados à população da Região Centro e da cidade de Coimbra. O CHUC serve actualmente enquanto hospital central uma população superior a 2.2 milhões de utentes, possui dois Hospitais de adultos (pólo HUC e pólo Hospital Geral dos Covões), de um Hospital Pediátrico e de duas Maternidades (Maternidade Daniel de Matos e Maternidade Bissaya Barreto).
Desde a fusão que se tem vindo a observar o encerramento progressivo de Serviços e redução do número de camas activas no pólo HG-Covões. Foram encerradas neste período mais de 200 camas e encerrados vários Serviços a exemplo, Neurologia, Neurocirurgia, Infecto-Contagiosas, Gastrenterologia, Urologia e mais recentemente as enfermarias de Pneumologia e de Cardiologia. No pólo HG mantém-se ainda a capacidade instalada para a realização de meios complementares de diagnóstico (MCD), nas áreas da Imagiologia (Ecografias, Radiologia Convencional, TAC e Ressonância Magnética), Cardiologia (ECG, Ecocardiogramas, Provas de Esforço) e ainda de Cardiologia de intervenção através da Unidade de Hemodinâmica, recentemente renovada, Pneumologia (Provas Função Respiratória, Broncofibroscopias, etc.). No que respeita às duas Maternidades, não há fim à vista para as dificuldades crescentes com que se debatem, seja pela falta de recursos humanos, seja pelas instalações deficientes e falta de equipamentos.
Como consequência de todo este desnorte, assiste-se a um progressivo aumento dos tempos de espera para a relização de Consultas, Meios Complementares de Diagnóstico e Intervenções Cirúrgicas, com descontentamento da população.
Ao contrário do que outros vaticinaram em 2011, e referiam na altura, como a grande reforma da saúde em Coimbra, desde o Marquês de Pombal, a fusão e a forma como foi conduzida de forma errática, sem um projecto envolvente e estimulante para os seus profissionais, não tem sido um factor promotor da saúde na Região.
Não pode, portanto, o Secretário Regional do Sindicato Independente dos Médicos do SIM/Centro, deixar de manifestar a sua preocupação pelo estado da assistência médica na maior instituição de saúde da Região, bem como a sua solidariedade para todos aqueles, sejam profissionais ou população em geral, que hoje, dia 9/06/2020, se manifestaram de forma histórica junto ao Hospital Geral dos Covões.
Coimbra, 9 de Junho de 2020
O Secretariado Regional do SIM/Centro
Comunicado - Manifestação: Desnorte na Gestão do CHUC