A Obstetrícia do Hospital de Santa Maria tem escalas de urgência sem os mínimos aconselháveis durante o verão, mas o Serviço de Oftalmologia tem escalas sem os mínimos todo o ano.
A urgência é assegurada habitualmente por um especialista e um interno, inclusive do primeiro ou segundo anos, que evidentemente não equivale a um especialista. Adicionalmente, no período noturno, quando funciona a urgência metropolitana que inclui toda a região sul, do Algarve quase até Coimbra, mantêm-se os mesmos dois elementos.
Havendo uma cirurgia, a equipa vai operar, não restando ninguém para dar apoio no gabinete, ao contrário do que acontece com as equipas do Instituto Gama Pinto que fazem urgência no HSM e no H. São José, que funcionam com três elementos.
Esta situação é motivo de intenso desgaste e fadiga, porque são inscritos cerca de 100 doentes de Oftalmologia por noite, mesmo sem qualquer critério de urgência (verdes e azuis), obrigando os profissionais a estar sempre em alerta máximo. Em noites com uma ou duas cirurgias, a equipa ainda tem uma sala cheia de doentes para ver às 04:00 e 05:00 da madrugada.
Obviamente que estas equipas não são suficientes para fazer face a todas as ocorrências, mesmo com a contratação de vários profissionais externos, e propiciam o desgaste e a sobrecarga dos médicos.
O assunto já foi exposto à nova administração do hospital que pede "sacrifício”, sendo que o mesmo já dura há vários anos.
À semelhança dos Obstetras também os Oftalmologistas devem entregar minutas de desresponsabilização.