Quando, perante a então Ministra da Saúde Dr.ª Ana Jorge, o SIM deu o seu acordo à contratação de médicos aposentados para suprir as carências gritantes em Médicos de Família, fê-lo mediante alguns pressupostos: que tais contratações seriam unicamente para tarefas assistenciais, que seriam contratos anuais, e que haveria contrapartidas financeiras atractivas para os interessados.
Esta medida, que se pressupunha temporária, tem continuado a ser adoptada até agora.
Com todo o respeito que o SIM tem pelos médicos aposentados que continuaram/retomaram tarefas assistenciais, o certo é que tem de ser posto cobro a esta via.
Por uma razão muito simples: estão a ser sonegados postos de trabalho a médicos recém-especialistas.
Para esses lugares têm de ser abertas e postas a concurso as vagas correspondentes, inclusive algumas delas eventualmente bastante atractivas, obviando a que esses recém-especialistas sejam forçados a concorrer a vagas distantes da sua residência e da região de formação, e em última instância a abandonarem o SNS que deles tanto necessita.
Outra situação decorrente dessa ocupação de lugares por médicos aposentados, é por exemplo a que nos foi denunciada e referente ao ACES Ave – Famalicão, na ARS Norte, em que isso bloqueia uma eventual candidatura a uma USF por médicos interessados.
O SIM tem reiteradamente alertado os responsáveis do Ministério da Saúde mas sem qualquer resposta.