Expresso, 4 jan 2018, Vera Lúcia Arreigoso
Há dois dias, pelo menos, que cerca de 80 doentes são hospitalizados em macas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Os internamentos provisórios devem-se à falta de camas nas enfermarias dos vários serviços de medicina, para onde são encaminhadas a maioria das pessoas admitidas na Urgência e que carecem de cuidados especializados.
O caso de Santa Maria tem destaque por acontecer num dos maiores hospitais do país, mas está longe ser o único. "Não é específico deste hospital, acontece em muitos em todo o país. Por exemplo, também na quarta-feira estavam 42 doentes em macas na Urgência do Hospital de Santarém", afirma Jorge Roque Cunha, secretário geral do Sindicato Independente dos Médicos. A explicação é clara: "Resulta da falta de investimento no Serviço Nacional de Saúde, desde logo da não contratação de médicos. Por exemplo, há mais de 700 especialistas que estão desde o início do ano à espera que o Governo abra os concursos para os vários hospitais."
Jorge Roque da Cunha 'põe ainda o dedo noutra ferida'. "O ministro continua a insistir na ideia teórica de encerrar camas de agudos nos grandes hospitais sem dar alternativas às pessoas e, assim, criando o provisoriamente definitivo", critica Jorge Roque da Cunha. No caso concreto do Santa Maria, o dirigente sindical explica que a sobrelotação existe porque "delapidaram o Serviço de Medicina do Hospital Pulido Valente (integrado com o Santa Maria no CHLN) para dar camas à Misericórdia de Lisboa e depois, quando é preciso, abrem um 'barracão' com condições duvidosas".
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Expresso.