Greve Médica Nacional
8 de novembro de 2017Ao aderirem de uma forma deveras expressiva, hoje, à Greve Nacional convocada pelos sindicatos, os médicos deram ao Governo mais um sinal claro do seu descontentamento e do empenho e determinação em prosseguir na luta pela resolução dos problemas.
Os médicos foram empurrados para este protesto pelo governo, tal como aconteceu na greve nacional de 10 e 11 de maio e nas greves regionais o passado mês de outubro.
Se a eles juntarmos as muitas centenas de médicos que estão a garantir os serviços mínimos e que concordam com a greve podemos referir com segurança que a adesão foi cerca de 80 a 85% nos Hospitais, adicionando os cerca de 85 a 90% de adesão a nível dos Cuidados de Saúde Primários, poderemos concluir que estamos perante mais um sério aviso ao Governo.
Os médicos continuam a preocupar-se em primeiro lugar com a qualidade de prestação de cuidados de saúde aos utentes, estando também cansados de serem discriminados negativamente exigindo a reversão de forma faseada de direitos que foram retirados durante a troika e permitindo também uma maior e melhor acessibilidade aos cuidados de saúde dos Portugueses.
Só a intransigência e falta de transparência negocial deste Ministério e deste Governo, fizeram com que estejamos nesta contestação.
Esperamos que o Governo apresente uma contraproposta negocial séria, de forma a evitar mais incómodos aos nossos doentes e a aumentar o descontentamento dos médicos.
A recusa em reverter matérias laborais que não salariais, é uma manifestação de obstinação, falta de entendimento e uma afronta ao trabalho e dedicação dos médicos do SNS, o que se tem refletido numa continuada deterioração da qualidade dos serviços de saúde prestados à população.
Foram os médicos que viabilizaram o desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde durante o período da troika e não permitirão que este Governo seja o coveiro do SNS.
Dada a falta de resposta Ministério da Saúde os médicos:
1 – Além das matérias que têm estado em negociação cm o governo, as organizações sindicais médicas exigem que seja estabelecido um calendário negocial para o descongelamento da Carreira Médica e das suas grelhas salariais;
2 – Exigem o estabelecimento imediato de negociações com vista à criação de um estatuto profissional de desgaste rápido e de risco e penosidade acrescidos;
3 – Anunciam que irão reunir os seus órgãos dirigentes máximos para endurecer as suas formas de luta a empreender a curto prazo;
4 – Reafirmam total disponibilidade para chegarem a acordo negocial;
5 – Apelam ao Primeiro-ministro para que conceda a audiência solicitada há 6 meses.
Lisboa, 8 de novembro de 2017
Os Sindicatos Médicos
Comunicado conjunto SIM/FNAM: Balanço da Greve Médica Nacional