O Secretário-Geral do Sindicado Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, acusa o Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, de ter pouca força para se impor a Mário Centeno, responsável pela pasta das Finanças no atual Governo. Declarações em entrevista à jornalista da Antena 1, Maria Flor Pedroso.
O sindicalista Jorge Roque da Cunha diz-se "desapontado com o ministro da Saúde" porque, apesar do "chá, simpatia e conhecimento profundo do sector", pensava "que tivesse uma capacidade e uma força política maior junto do primeiro-ministro e do ministro das Finanças".
Uma semana depois da greve dos médicos, que teve uma adesão de 90%, dados que o Ministério da Saúde não contestou, Jorge Roque da Cunha acrescenta, nesta entrevista à Antena 1, "que não quer fragilizar o ministro", com quem se reuniu esta semana, alcançando o compromisso, por parte do Governo, de que as principais reivindicações dos médicos serão satisfeitas até ao final da legislatura.
Roque da Cunha é da opinião que Adalberto Campos Fernandes terá pensado que "as circunstâncias de anestesia que o país atravessa fariam com que os médicos não fizessem greve".
Roque da Cunha afirma que o ministro "é um político com alguma habilidade" e critica a pouca transparência de todo o processo. Por isso, acrescenta, não garante que não haja uma nova greve até 2019.
De forma incisiva, o secretário-geral do SIM coloca também em cima da mesa das negociações a disparidade de pagamentos no SNS (Serviço Nacional de Saúde). Acusa o Governo de em 2016 ter gasto mas de 100 milhões de euros com empresas de prestação de serviço e exemplifica: em Chaves um médico é pago ao fim de semana 8,5 euros/hora e em Vila Real, com a empresa de prestação de serviços, um médico recebe 50 euros/hora.
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