Sindicato Independente dos Médicos

É dificilmente explicável mas parece não restarem dúvidas de que está em curso um sério boicote ao SNS.

Por mais juras de fidelidade que os responsáveis políticos manifestem ao SNS e à sua defesa o facto é que assistimos a uma degradação diária, sistemática, programada, eficaz e demolidora das suas condições de trabalho e de exercício, perigando, como nunca, a assistência aos doentes.

Diariamente os sistemas informáticos entram em colapso lançando o caos no atendimento, nos registos clínicos, na emissão de receitas, na marcação de consultas.

Diariamente os blocos operatórios funcionam sem as condições regulamentares de temperatura e humidade.

Diariamente as urgências entram em colapso por rupturas assistenciais a montante e jusante.

Diariamente os doentes estão internados em serviços com redução de pessoal em relação às necessidades, provocando risco acrescido de infecção e de desumanização.

Diariamente se lançam concursos para médicos indiferenciados, em prestação de serviços, para colmatarem necessidades de escalas em Urgências, Unidades de Cuidados Intensivos, Consultas Externas de Especialidade e Unidades de Cuidados Primários, em desprezo pelo reforço do trabalho de equipa dos profissionais de Carreira.

Azar? Coincidência? Mau momento?

Podemos acreditar no Pai Natal que, para muitos, pelo menos em sentido económico consumista, existe mesmo.

Também nos é possível acreditar que nada do que está a acontecer é por acaso.

O SNS merece ser salvo e há soluções para tal.

Mas para que essas soluções vinguem é crucial cortar cerce o boicote e os boicotadores.

Assim queira quem politicamente está ao leme.