Normas de Orientação Terapêutica da Ordem dos Farmacêuticos Face à pompa e circunstância com que foram apresentadas e à afirmação de que pretenderiam contribuir para “os médicos escolherem o melhor e mais barato” medicamento, a Ordem dos Médicos não pode deixar de comentar formalmente as NOTs da OF. Aconselhamos todas as pessoas a ler as NOTs da OF e a compará-las com as dezenas de Normas de Orientação Clínica Elaboradas em conjunto pela Ordem dos Médicos e pela Direcção Geral da Saúde, já publicadas, que, no somatório das várias áreas científicas, tiveram a colaboração de centenas de especialistas de alto gabarito. Não há confrontação possível e é imediata a verificação de que as NOTs da OF em nada contribuem para “os médicos escolherem o melhor e mais barato”, que assim se resume a uma mera frase do mais puro e desqualificado marketing!!! As NOTs da OF nada acrescentam relativamente ao trabalho de elevadíssima Qualidade que a Ordem dos Médicos e a Direcção Geral da Saúde têm produzido. Bem pelo contrário, ficam muitíssimo aquém. As NOTs da OF, de tão simples, de tão singelas, de tão superficiais, de tão desligadas da realidade clínica, são completamente inúteis e desprovidas de qualquer sentido prático. Este trabalho não dignifica a Ordem dos Farmacêuticos e atesta as suas óbvias limitações. Confirma-se, assim, que Normas Terapêuticas/Normas de Orientação Clínica devem ser elaboradas por quem conhece as doenças, os doentes, os medicamentos e tem experiência clínica. Por muito que à OF possa custar admiti-lo, os Médicos são os únicos profissionais que reúnem todo este saber. A Ordem dos Médicos aconselha a OF a preocupar-se com as suas competências. A OF não tem preparação, nem conhecimentos, nem experiência clínica para ensinar os Médicos a prescrever. A Ordem dos Médicos respeita os Farmacêuticos e considera de grande qualidade e utilidade o trabalho que desenvolvem no âmbito da preparação específica que receberam durante a sua formação universitária. Os Médicos não pretendem ser Farmacêuticos e, por isso mesmo, não diligenciam pronunciar-se nem têm a arrogância de pretender dar lições aos Farmacêuticos sobre as funções próprias e específicas dos Farmacêuticos. As Normas de Orientação Clínica da Ordem dos Médicos e da Direcção Geral da Saúde definem o Estado da Arte da Medicina e balizam o padrão de decisão de melhor Qualidade e com a melhor relação custo/benefício para cada doente. As NOTs da OF explicam-se com o seu próprio acrónimo, NOT qualified, NOT useful, NOT necessary. O CNE da Ordem dos Médicos, Porto, 13 de Abril de 2012 |